26 de fev. de 2011

Notícias que a mídia abafa


Qualquer estudante de Jornalismo pode ressaltar que, na Colação de Grau, juram pela verdade e nada publicarão de maneira tendenciosa. Serão sempre neutros e noticiarão em nome da Justiça e da Ética. Óbvio que isso, na realidade, não existe. Até existe, mas são pouquíssimos (e estes quase não têm ibope, infelizmente). Já está escarrado em nossas caras a imprensa marrom, a falta de neutralidade nas notícias, bem como a maneira de subverter a verdade em prol do dinheiro.

Na atualidade, nunca se falou tanto em "direitos humanos". E neste campo, tudo o que é tido como religioso (leia-se católico) é contra estes direitos, a saber: aborto, casamento homossexual e adoção por pares homos, anticoncepcionais artificiais, etc. Para afirmar na imprensa que devemos ser contra estes princípios, os jornais não se cansam de trazer notícias de pedofilia, homossexualismo ou qualquer outro escândalo que envolva o Clero - passando a imagem de que só no Clero é que existam coisas do tipo. Mas por que a mídia se cala, literalmente abafa notícias que "desfavoreceriam" os que rogam pelos direitos "humanos"?

Enquanto a mídia escancara a matéria em que a Academia Islâmica exige do Papa Bento XVI pedido de desculpas pelas Cruzadas (é, as Cruzadas, aquilo que salvou a Terra Santa de um muçulmanismo total, e que por meio delas chegou até nós a Cultura, a Ciência - toda a sorte de Ciência -, a Filosofia, a Literatura, a Música, a Universidade, bem como a liberdade de crer em que quiser, e não apenas em Alá); a mídia abafou a morte do médico ginecologista norte-americano Bernard Nathanson, que tornou-se militante pró-vida após abortar cinco mil crianças. Sua história é belíssima. Este homem se converteu após assistir pelo ultrassom um de seus abortos. Ao ver que a criança lutava para sobreviver, sentiu-se tão culpado que mudou de lado imediatamente. Morreu defendendo as causas evangélicas e a vida. Apenas o jornal Gazeta do Povo midiou (porque o jornalista é católico!). E a Globo? Record? Folha de São Paulo? Nada. E por que? Porque se liberamos uma notícia dessas, permitimos que a população pense (e pensar nunca é bom para eles, os "donos do mundo") que o aborto pode ser re-pensado como um crime, e não como um direito da mulher que carrega o bebê. Você me entende?

Outro fato que a mídia não noticiou foi o assassinato de um menino de 6 anos por um par de gays. Segundo a matéria, o menino morreu após seus "pais" o obrigarem a relacionar-se sexualmente com eles. Você se lembra de ter lido isso em algum jornal? Ouviu no rádio, talvez? Na televisão? Não...

Que coisa, não?

O objetivo deste artigo não é safar os sem-vergonhas que estão dentro da Igreja. Há, de fato, muita maçã podre. Porém, o que eu quero - e é o que eu realmente quero - é que a mídia seja um instrumento da verdade. Já está exaustivo perceber que o sensacionalismo, que a necessidade de re-transmitir matérias que inibam o pensamento crítico seja o motor da imprensa. Queremos algo realmente verdadeiro, que fale a verdade, que noticie a justiça e que abandone a mentira em nome do dinheiro, pois se continuar assim, nós, cristãos, teremos apenas dois nomes: o de homofóbicos e o de preconceituosos.

Que São Francisco de Salles e Santa Joana de Chantal, padroeiros dos jornalistas, roguem por nós e pela verdade.

Pax.

Fonte: Regina Apostolorum

21 de fev. de 2011

Podem comungar os divorciados que voltaram a casar?



Os membros da Congregação para a Doutrina da Fé, em uma carta a todos os bispos do mundo datada de 14 de outubro de 1994 diz :

"A crença errônea que tem uma pessoa divorciada e novamente casada, de poder receber a Eucaristia normalmente, presume que a consciência pessoal é levada em conta na análise final, de que, baseado em suas próprias convicções existiu ou não existiu um matrimônio anterior e o valor de uma nova união. Esta posição é inaceitável. O matrimônio, de fato, porque é a imagem da relação de Cristo e sua Igreja assim como um fator importante na vida da sociedade civil, é basicamente uma realidade pública."

Com este documento a Santa Sede afirma a contínua teologia e disciplina da Igreja Católica, de que aqueles que se divorciaram e voltaram a casar sem um Decreto de Nulidade, para o primeiro matrimônio (indistintamente se foi realizado dentro ou fora da Igreja), se encontra em uma relação de adultério, que não lhe permite arrender-se honestamente, para receber a absolvição de seus pecados e receber a Santa Comunhão. Até que se resolva a irregularidade matrimonial pelo Tribunal dos Processos Matrimoniais, ou outros procedimentos que se aplicam aos matrimônios dos não batizados, não podem aproximar-se aos Sacramentos da Penitênica nem à Eucaristia.

Como menciona o Papa João Paulo II no documento da Reconciliação e a Eucaristia, a Igreja deseja que estes casais participem da vida da Igreja até onde lhes forem possível (e esta participação na Missa, adoração Eucarística, devoções e outros serão de grande ajuda espiritual para eles) enquanto trabalham para conseguir a completa participação sacramental.
Só poderiam comungar se, evitado o escândalo e recebida a absolvisão sacramental, se comprometam a viver em plena continência, disse a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé.

No discurso do Papa João Paulo II no encerramento do Sínodo celebrado em Roma em outubro de 1980, disse que a Igreja deveria manter a convicção de não admitir à comunhão eucarística ao divorciados que voltaram a casar. A não ser quando não possam se separar, prometam viver em total continência, sempre que não seja motivo de escândalo. Em todo caso, acrescenta o Papa, devem perseverar na oração para conseguir a graça da conversão e da salvação. Entretanto isto não acarreta que não possam batizar a seus filhos. Deve-se estudar cada caso e ver que possibilidades oferecem de educar na fé católica a seus filhos.

Por outro lado as pessoas casadas só no civil e divorciadas podem comungar. O divórcio civil não é um obstáculo para receber a comunhão. Por ser um ato civil, tudo o que faz, é conseguir um acordo sobre o resultados civis e legais do matrimônio (distribuição das propriedades, custódia dos filhos, etc).

17 de fev. de 2011

Pílula do dia seguinte gera aumento de DST.


Nottingham, 17 Fev. 11 / 11:53 am (ACI)

Um recente estudo de investigadores da Universidade de Nottingham (Reino Unido) revela que a pílula abortiva do dia seguinte não só fracassou em diminuir o número de gravidezes adolescentes, mas também está vinculada ao aumento de Doenças sexualmente transmissíveis (ou DSTs) em menores de 16 anos.

Em declarações recolhidas pelo jornal britânico The Daily Telegraph, o professor David Paton, um dos profissionais responsáveis pela investigação, afirmou que "encontramos que a oferta gratuita da pílula do dia seguinte não obteve o efeito desejado de reduzir as gravidezes de adolescentes, mas teve a conseqüência desafortunada de aumentar as infecções de transmissão sexual".

A pílula do dia seguinte foi utilizada pelo governo britânico como parte de sua estratégia contra gravidezes de adolescentes desde 1999.

Em seu estudo chamado "O impacto dos anticoncepcionais de emergência na gravidez de adolescentes e DSTs", os investigadores usaram dados das autoridades inglesas para examinar o impacto do maior acesso à pílula do dia seguinte por parte dos adolescentes britânicos.

Os cientistas compararam zonas do Reino Unido onde se implementou a distribuição gratuita da pílula a adolescentes, com áreas nas que o plano governamental ainda não tinha sido implantado.

Os resultados mostraram que em ambas as zonas o índice de gravidez em meninas menores de 16 anos permanecia igual, entretanto as enfermidades de transmissão sexual tinham aumentado em 12 por cento nas áreas onde a pílula era distribuída gratuitamente.

Os cientistas acreditam que a causa deste fracasso radica em que o livre acesso à pílula fomenta comportamentos sexuais de risco.

Por sua parte, Norman Wells, diretor da organização britânica pró-família Family Education Trust, disse que as investigações em nível internacional "falharam consistentemente em encontrar qualquer evidência de que os anticoncepcionais de emergência obtenham uma redução nas taxas de gravidezes e abortos".

"Mas agora temos evidência que mostra que elas não só falham em fazer qualquer bem, mas que de fato estão fazendo mal", assinalou Wells. 

A pílula do dia seguinte, também conhecida como "anticoncepção oral de emergência" (AOE) é um fármaco cuja dose é 5 a 15 vezes maior que a dos anticoncepcionais comuns. Esta não serve para curar nem prevenir enfermidade alguma.

Ingerir as duas pastilhas sugeridas equivale a tomar 50 anticoncepcionais juntos. Um de seus efeitos medicamente provados, embora negado pelos grupos abortistas, é impedir a nidação ou implantação do óvulo fecundado ou embrião, produzindo umaborto. A Food and Drugs Adminstration (FDA) dos Estados Unidos, o organismo governamental que garante a salubridade dos mantimentos e os remédios nesse país, reconhece este efeito.


***



"O maior destruidor da Paz no mundo hoje é o aborto. Ninguém tem o direito de tirar a Vida: nem a mãe, o pai, o médico, a conferência ou o governo." (Madre Teresa de Calcutá)

15 de fev. de 2011

Temperança: uma arma contra nossos impulsos


Ter domínio sobre os impulsos não é nada fácil. Inúmeras vezes fazemos afirmações que nem sempre somos capazes de cumprir. É um doce que comemos quando estamos fazendo dieta, é um palavrão que falamos, é um julgamento errado que fazemos, enfim, são inúmeros os desvios de conduta que, infelizmente, todos os dias cometemos. Quando menos esperamos estamos desacreditados de nós mesmos, de nossos bons propósitos. 

Como é decepcionante cair nos mesmos erros, confessar quase sempre os mesmos pecados, viver como se estivéssemos em uma montanha-russa, ora em cima na busca pela santidade, ora embaixo, humilhados pelos pecados! 

Porém, para vencer estes maus hábitos, é necessário uma virtude chamada "temperança", em outras palavras também conhecida como "sobriedade" ou "austeridade", que é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Ela assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade, ou seja, é o controle sobre nossos impulsos, apetites e desejos, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, número 1809. 

Para se ter uma ideia da importância da temperança no caminho de santidade, o Papa João Paulo II, em uma de suas catequeses sobre as virtudes, nos ensinou que: "O homem temperante é aquele que é senhor de si mesmo, aquele em que as paixões não tomam a supremacia sobre a razão, sobre a vontade e também sobre o coração, assim a virtude da temperança é indispensável para que o homem seja plenamente homem, ou seja, o homem temperante, antes de qualquer outra coisa, respeita a própria dignidade".

A temperança é, portanto, uma virtude indispensável para a maturidade do homem, pois é por intermédio dela que nos tornamos pessoas inteiras, ou seja, capazes de retamente buscarmos a santidade. 

Neste processo, é importante reconhecer a nossa condição humana, sobretudo, ter a sensibilidade de identificar nossas fraquezas, investigar as causas de nossas quedas, e não temê-las, pois, na maioria das vezes, elas são mascaradas por prazeres. Assim, muitos se tornam escravos dos desejos e não vencem o desafio da sobriedade.

Ainda nos ensina o Catecismo da Igreja Católica que, para chegarmos à plenitude das virtudes, sobretudo à sobriedade, à temperança, é necessário assumirmos o dom da salvação, trazida por Cristo, suplicando a graça necessária para perseverarmos na conquista das virtudes e sempre recorrendo aos sacramentos. Dessa forma, cooperaremos com o Espírito Santo no intuito de fazer o bem e evitar o mal.

Para vencer nossos impulsos, apetites e desejos, é necessário o esforço humano amparado pela graça de Deus. Com maturidade, reconhecer nossa condição humana e, a partir daí, darmos passos rumo a uma decisão sincera a favor da sobriedade, evitando todos os excessos. Dessa forma, não seremos mais escravos, mas sim homens livres e inteiros, capazes de viver plenamente nossa condição de filhos amados de Deus, criados à imagem e semelhança d'Ele.

Ricardo Gaiotti Silva
Advogado, missionário da Comunidade Canção Nova

11 de fev. de 2011

Carta de um bebê


Oi mamãe, tudo bom?

Eu estou bem, graças a Deus faz apenas alguns dias que você me concebeu em sua barriguinha.

Na verdade, não posso explicar como estou feliz em saber que você será minha mamãe. Outra coisa que me enche de orgulho é ver o amor com que fui concebido.

Tudo parece indicar que eu serei a criança mais feliz do mundo!

Mamãe, já passou um mês desde que fui concebido, e já começo a ver como o meu corpinho começa a se formar. Quer dizer, não estou tão lindo como você, mas me dê uma chance!

Estou muito feliz, mas tem algo que me deixa preocupado…

Ultimamente me dei conta de que há algo na sua cabeça que não me deixa dormir, mas, tudo bem. Isso vai passar, não se desespere.

Mamãe, já passaram dois meses e meio. Estou muito feliz com minhas novas mãos e tenho vontade de usá-las para brincar.

Mamãezinha me diga o que foi? Por que você chora tanto todas as noites?

Por que quando você e o papai se encontram, gritam tanto um com o outro?

Vocês não me querem mais ou o quê? Vou fazer o possível para que me queiram.

Já passaram 3 meses, mamãe, te noto muito deprimida, não entendo o que está acontecendo, estou muito confuso.

Hoje de manhã, fomos ao médico e ele marcou uma visita amanhã. Não entendo. Eu me sinto muito bem. Por acaso você se sente mal mamãe?

Mamãe, já é dia. Onde vamos? O que está acontecendo, mamãe?

Por que choras? Não chore, não vai acontecer nada…

Mamãe, não se deite. Ainda são 2 horas da tarde, não tenho sono, quero continuar brincando com minhas mãozinhas.

Ei! O que esse tubinho está fazendo na minha casinha?É um brinquedo novo?

Olha! Ei, porque estão sugando minha casa?

Mamãe!

Espere, essa é a minha mãozinha!

Moço, por que a arrancou? Não vê que me machuca?

Mamãe, me defenda! Mamãe, me ajude!

Não vê que ainda sou muito pequeno para me defender sozinho?

Mãe, a minha perninha, estão arrancando.

Diga para eles pararem. Juro a você que vou me comportar bem e que não vou mais te chutar.

Como é possível que um ser humano possa fazer isso comigo? Ele vai ver só quando eu for grande e forte… Ai… Mamãe, já não consigo mais… Mamãe, me ajude…

Mamãe, já se passaram 17 anos desde aquele dia, e eu hoje, daqui de cima observo como ainda te machuca ter tomado aquela decisão.

Por favor, não chore. Lembre-se que te amo muito e que estarei aqui te esperando com muitos abraços e beijos.

Te amo muito.

Seu bebê

9 de fev. de 2011

Só na Igreja a Bíblia pode ser compreendida plenamente, diz D. Ladaria


MADRI, terça-feira, 8 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A Bíblia cristã surgiu na Igreja e só na Igreja pode ser plenamente compreendida, disse hoje o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o arcebispo Luis Francisco Ladaria Ferrer.

O prelado interveio no congresso "A Sagrada Escritura na Igreja", que acontece até 9 de fevereiro, no Palácio de Congressos de Madri, com uma conferência focada na "Sagrada Escritura e Magistério da Igreja".
"A relação entre a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja é certamente complexa", reconheceu o prelado jesuíta.
"Por um lado, a primazia da Palavra de Deus deve sempre ser claramente afirmada. Por outro, é preciso afirmar também que a Escritura não pode jamais ser separada da vida da Igreja, que lhe deu origem e que, assistida pelo Espírito Santo, determinou, com decisões solenes, baseadas em uma longa tradição, que livros deveriam ser considerados inspirados pelo Espírito Santo e que entrariam, portanto, no cânon das Escrituras."
"A Igreja é o único âmbito apropriado para a interpretação da Escritura como palavra atual de Deus, porque é o âmbito privilegiado da ação do Espírito."
Neste âmbito, Dom Ladaria colocou a função própria do Magistério, "que, à escuta da Palavra, extrai o que propor a todos os fiéis como verdade revelada".
"Não podemos falar de Escritura sem a Tradição viva da Igreja, que a propõe a nós como tal, e sem o Magistério, que, com sua autoridade, determinou seus limites precisos e julga sobre sua interpretação", indica o representante do Vaticano, quem mostrou como o cânon dos livros revelados já havia sido apresentado no século IV por Santo Atanásio (ano 367) e que chegou ao seu estabelecimento nos concílios de Florença e de Trento.
"Por outro lado, a tradição da Igreja e seu Magistério vivo nos indicam a primazia da Sagrada Escritura, Palavra de Deus em um sentido totalmente singular, como aparece sobretudo na liturgia da Igreja", continuou explicando o prelado.
O princípio "lex orandi, lex credendi", "a lei da oração é a lei da fé", concluiu o prelado, "aplica-se também aqui e nos mostra o lugar privilegiado que a Escritura tem na vida da Igreja e que, por conseguinte, deve ter na vida de todo fiel cristão".
Todas as conferências que já foram pronunciadas no congresso "A Sagrada Escritura na Igreja" estão disponíveis em www.sagradabibliacee.com, onde também são transmitidas online.
Fonte: Zenit
Pax et Gaudium

7 de fev. de 2011

Estado laico ou laicista?



Cristo ensinou “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto é, o Estado e a Igreja têm atividades diferentes e devem atuar conjuntamente para o bem do povo. O Estado é laico, quer dizer, não professa uma religião específica, mas deve incentivar o valor religioso, que faz parte da grandeza e da dignidade do homem.

Laicidade, corretamente entendida, significa que o Estado deve proteger amplamente a liberdade religiosa tanto em sua dimensão pessoal como social, e não impor, por meio de leis e decretos, nenhuma verdade especificamente religiosa ou filosófica, mas elaborar as leis com base nas verdades morais naturais. O fundamento do direito à liberdade religiosa se encontra na própria dignidade da pessoa humana.

Infelizmente, mesmo em países de profundas raízes cristãs, como a Espanha, este laicismo radical e anticristão é notado com clareza. Um Estado que tenta impedir a vivência religiosa do povo, especialmente o Cristianismo, com uma ação hostil ao fenômeno religioso e a tentativa de encerrá-lo unicamente na esfera privada.

Tenta-se, assim, eliminar os símbolos religiosos mais tradicionais do povo, como que lhe arrancando as raízes. Ora, retirar, por exemplo, o crucifixo de nossos locais públicos, equivale a eliminar a nossa tradição cristã ocidental. Esse sinal sagrado é para nós o que há de mais importante, significa o respeito ao ser humano, a defesa da justiça, da honra, da caridade, da bondade, da pureza, da verdade, do amor. Quem pode ser contra isso? Que filosofia pode ir contra isso?

Como disse um dos personagens de Dostoiévski, em “Irmãos Karamazóvi”: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Se Deus não existe, então, eu sou deus; essa é a mentalidade laicista que se pretende impor mesmo aos cristãos, baseados numa falsa concepção de que Deus não existe e de que não se pode provar a existência d’Ele.

O Vaticano já chamou de “cristianofobia” a aversão ao Cristianismo, tanto no Ocidente quanto no Oriente. Esta expressão foi introduzida pela primeira vez no ano 2003 em uma resolução do Terceiro Comitê da 58ª Assembléia Geral da ONU, e que compreende os atos de violência e perseguição, intolerância e discriminação contra os cristãos, ou uma educação errônea ou a desinformação sobre essa religião [Cristianismo]. Por isso, hoje, em muitos países, os cristãos são vítimas de preconceitos, estereótipos e intolerâncias.

É uma ideologia racionalista e estimulada por poderosas instituições internacionais, como se pode constatar em uma breve consulta na internet. Algumas “fundações” no exterior destinam muitos recursos para esse fim.

Enfim, o laicismo que hoje vemos é o do Estado que caminha para se tornar um Estado com religião oficial e não um Estado laico: um Estado totalitário ateu, que quer eliminar Deus e a religião e que investe fortemente contra a liberdade religiosa. Um Estado cujo deus é o individualismo, o hedonismo, o prazer material e a “liberdade” para aprovar tudo que desejar, sem restrições morais.

No bojo do laicismo encontramos o que o nosso Papa Bento XVI tem chamado de “ditadura do relativismo”, que surge como uma consequência da “ditadura do racionalismo” ateu e materialista, e que elimina a verdade. Ora, a eliminação da verdade coloca o homem nas mãos do mais forte, do útil, da imoralidade.

Fala-se hoje falsamente em nome da laicidade, mas se pratica o laicismo para bloquear a vida e a atividade, especialmente da Igreja Católica, em sua realidade profunda e positiva.

Prof. Felipe Aquino