30 de nov. de 2010

Ana Paula Valadão, a protestante mais Católica que conheço!



Contradições de uma cantora evangélica





Este vídeo nos mostra um pouquinho das contradições protestantes. A primeira é sobre a música que ela canta.





A música diz sobre o martírio dos apóstolos. Primeiro nos diz que Tiago morreu à espada, até aí tudo bem, pois é bíblico (Atos 12,2). Depois nos diz que João foi jogado num caldeirão de óleo quente, mas de onde ela tirou esta informação? Em momento nenhum a Bíblia nos diz isso. Esta informação nos é dada pela Tradição da Igreja. Aqui temos uma forte contradição, pois os protestantes dizem que só acreditam no que está escrito na Bíblia...
Depois ela nos diz dos mártires mas tem um pequeno problema, todos os mártires da Igreja antiga eram católicos...
Após algumas palavras sobre o desejo dela de ser mártir, ela pega um livro verde chamado "Padres Apostólicos" da editora Paulus. Tanto o livro quanto a editora são católicos.
Ela, após mostrar o livro, cita o nome de alguns dos primeiros cristãos que são citados no livro. Vamos analisar cada um dos nomes.
  1. Clemente Romano ou Clemente de Roma ou Clemente I: Foi o 4º papa. Sucedeu Santo Anacleto na Igreja de Roma. Ele é o autor da carta da comunidade de Roma à comunidade de Corinto. A carta revela a existência da nítida e forte consciência do direito que a Igreja de Roma já possuía de intervir nas questões internas de outra comunidade.
  2. Inácio de Antioquia: Ele quem chama a Igreja de Católica pela primeira vez em 107 d.C. aproximadamente. Em sua carta aos esmirnenses diz: "Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja católica".

    Além disso, ele diz em suas cartas aos Romanos: "Inácio, também chamado Teóforo, à Igreja que recebeu misericórdia pela grandeza do Pai altíssimo e de Jesus Cristo Seu Filho único, Igreja amada e iluminada pela vontade d’Aquele que escolheu todos os seres, isto é, segundo a fé e a caridade de Jesus Cristo nosso Deus, ela que também preside na região da terra dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada bem-aventurada, digna de louvor, digna de êxito, digna de pureza, e que preside à caridade na observância da lei de Cristo e que leva o nome do Pai"
  3. Policarpo de Esmirna: Policarpo foi bispo da Igreja Católica de Esmirna. Não se sabe muito sobre a vida deste bispo, sabe-se por Santo Irineu que Policarpo teve contatos com um "João" que muitos diziam ser o Apóstolo.

    Sabe-se ainda que, por volta de 160 d.C., Policarpo foi a Roma para conferenciar com o Papa Aniceto "sobre uma questão concernente à Páscoa" (Eusébio de Cesaréia, Histórias Eclesiásticas IV, 14,1).
  4. O Pastor de Hermas: Hermas era um comerciante cristão de condições bem simples. Para Eusébio e Orígenes era o mesmo Hermas que São Paulo cita (Romanos 16,14).

    Hermas escreveu uma obra chamada "O Pastor de Hermas" que segue o padrão apocalíptico. É uma obra de forte chamado a penitência.
  5. Pápias: Foi bispo de Hierápolis na Frígia, sua cidade natal. É autor de "Explicação das sentenças do Senhor" que exerceu considerável influência sobre Irineu, Hipólito e Vitorino de Pettau. Desta obra existem apenas 13 fragmentos conservados por Irineu e Eusébio de Cesaréia. Pápias dedicou sua obra à exegese das palavras e dos atos do Senhor.

    Segundo Irineu, Pápias era um personagem "muito arcaico", adepto de João e contemporâneo de Policarpo. Segundo Eusébio, era um pensador fraco e sustentava muitas idéias judeu-cristãs.
Após ela citar estes nomes, ela lê "Martírio de São Policarpo", atribuido a "Piônio de Esmirna" que morreu em 250 d.C. aproximadamente. A introdução diz: "A Igreja de Deus que vive como estrangeira em Esmirna, para a Igreja de Deus que vive como estrangeira em Filomélio e para todas as comunidades da santa Igreja católica que vivem como estrangeira em todos os lugares. Que a misericórdia, a paz e o amor de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo sejam abundantes."
Note que ela diz: "Irmão, naquela época não tinha igreja Protestante. Glória a Deus, Aleluia. Vamos aprender com nossos Pais"
Então vamos ver o que podemos aprender com esta carta sobre o Martírio de São Policarpo.
No capítulo IX a XI lê-se uma das passagens mais lindas desta carta. Policarpo, após ser preso, é interrogado pelo procônsul:
Levado até o procônsul, este lhe perguntou se ele era Policarpo. Respondeu que sim. E o procônsul procurava fazê-lo renegar, dizendo: "Pensa na tua idade", e tudo o mais que se costumava dizer, como: "Jura pela fortuna de César! Muda teu modo de pensar e dize: 'Abaixo os ateus! (Abaixo os Cristãos)'". Policarpo, contudo, olhava severamente toda a multidão de pagãos cruéis no estádio, fez um gesto para ela com a mão suspirou, elevou os olhos e disse: "Abaixo os ateus! (Abaixo os pagãos)"
O chefe da polícia insistia: "Jura, e eu te liberto. Amaldiçoa o Cristo!" Policarpo respondeu: "Eu o sirvo há oitenta e seis anos, e ele não me fez nenhum mal. Como poderia blasfemar o meu rei que me salvou?"
Ele continuava a insistir, dizendo: "Jura pela fortuna de César!" Policarpo respondeu: "Se tu pensas que vou jurar pela fortuna de César, como dizes, e finges ignorar quem sou eu, escuta claramente: eu sou cristão. Se queres aprender a doutrina do cristianismo, concede-me um dia e escuta." O procônsul respondeu: "Convence o povo!"
Policarpo replicou: "A ti eu considero digno de escutar a explicação. Com efeito, aprendemos a tratar as autoridades e os poderes estabelecidos por Deus com o respeito devido, contanto que isso não nos prejudique. Quanto a esses outros, eu não os considero dignos, para me defender diante deles."
O procônsul disse: "Eu tenho feras, e te entregarei a elas, se não mudares de idéia." Ele disse: "Pode chamá-las. Para nós, é impossível mudar de idéia, a fim de passar do melhor para o pior; mas é bom mudar, para passar do mal à justiça."
O procônsul insitiu: "Já que desprezas as feras, eu te farei queimar no fogo, se não mudares de idéia." Policarpo respondeu-lhe: "Tu me ameaças com um fogo que queima por um momento, e pouco depois se apaga, porque ignoras o fogo do julgamento futuro e do suplício eterno, reservado para os ímpios. Mas por que tardar? Vai e faze o queres."
São Policarpo era um homem tão santo que "mesmo antes do martírio, ele já fora constantemente venerado pela sua santidade de vida" (Martírio de São Policarpo, XIII.2)
São Policarpo, estando no meio da pira, fez uma oração que dizia "Senhor, Deus todo-poderoso, Pai de teu Filho amado e bendito, Jesus Cristo, pelo qual recebemos o conhecimento do teu nome, Deus dos anjos, dos poderes de toda criação, e de toda geração de justos que vivem na tua presença! 

Eu te bendigo por me teres julgado digno deste dia e desta hora, de tomar parte entre os mártires, e do cálice de teu Cristo, para a ressurreição da vida eterna da alma e do corpo, na incorruptibilidade do Espírito Santo. Com eles, possa eu hoje ser admitido à tua presença como sacrifício gordo e agradável, como tu preparaste e manifestaste de antemão, e como realizaste, ó Deus sem mentira e veraz.

Por isso e por todas as outras coisas, eu te louvo, te bendigo, te glorifico, pelo eterno e celestial sacerdote Jesus Cristo, teu Filho amado, pelo qual seja dada a glória a ti, como ele o Espírito, agora e pelos séculos futuros. Amém."
Assim que São Policarpo disse Amém, os carrascos acenderam a pira. Milagrosamente o fogo não tocava no corpo de São Policarpo. Então ordenaram ao carrasco que apunhalasse São Policarpo. Feito isto, "jorrou tanto sangue que apagou o fogo. Toda a multidão admirou-se de ver tão grande diferença entre os incrédulos e os eleitos." (Martírio de São Policarpo, XVI.1)
Os cristãos de Esmirna queriam o corpo santo de Policarpo, porém "Ele (o demônio) sugeriu a Nicetas, pai de Herodes e irmão de Alce, que procurrase o magistrado, a fim que ele não nos entregasse o corpo. Ele disse: 'Não aconteça que eles, abandonando o crucificado, passem a cultuar esse aí.' Dizia essas coisas por sugestão insistente dos judeus, que nos tinham vigiado quando queríamos retirar o corpo do fogo. Ignoravam eles que não poderíamos jamais abandonar Cristo, que sofreu pela salvação de todos aqueles que são salvos no mundo, como inocente em favor dos pecadores, nem prestarmos culto a outro.

Nós o adoramos, porque é o Filho de Deus. Quanto aos mártires, nós os amamos justamente como discípulos e imitadores do Senhor, por causa da incomparável devoção que tinham para com o rei e mestre. Pudéssemos nós também ser seus companheiros e condiscípulos!"
Que pena que a vocalista do Diante do Trono não leu esta linda explicação sobre a diferença entre Adoração e Veneração...
No capítulo XVIII lê-se: "Vendo a rixa suscitada pelos judeus, o centurião colocou o corpo no meio e o fez queimar, como era de costume. Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente."
Aprendamos com nossos Pais, como diria Ana Paula Valadão. E como diria meu amigo Kelsen, esta é a Protestante mais Católica que conheço!
Paz e Bem