Quero meditar com você um pouco daquilo que o apóstolo Paulo deixou como ensinamento para nós cristãos. As treze cartas dele são a base para a teologia católica. Nas duas cartas que ele escreveu para São Tito e São Timóteo, que eram bispos, deu todas as direções de como deveria ser a Igreja. Essas direções são seguidas até hoje pela Igreja.
Um ponto muito importante é sobre a evangelização. O apóstolo dos gentios diz que pregar o Evangelho, para ele, não é motivo de glória, mas, sim, uma missão que lhe é imposta. “Ai de mim se não evangelizar”, afirma.
Paulo tinha como lema evangelizar; o resto para ele não tinha importância. Nós também devemos pensar assim! Evangelizar não significa que devemos obrigar todos a serem bons cristãos, mas devemos anunciar; não impor, mas propor. O mais miserável dos cristãos é aquele que não evangeliza sua família. Os jovens, hoje, não sabem quase nada de religião. Antigamente, os catequistas eram os pais, lamentavelmente, a família está sumindo. Muitas crianças não sabem nem quem é Jesus e muitos pais vivem como se Deus não existisse.
A primeira evangelização tem que ser da criança, pois ela é mais fácil de ser evangelizada. Mas, para isso, é preciso que a mãe e o pai a evangelize. Se eu tivesse um medalha de ouro, a daria para um bom catequista que evangeliza as crianças e fala de Deus para elas.
São Paulo disse a Timóteo: “Prega a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente [...]. Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação” (II Timóteo 4.2a.3a). As pessoas, hoje, se atiram às fábulas; aparece qualquer um com seitas e as pessoas vão atrás, largam o Cristianismo. Portanto, você, cristão católico, pregue insistentemente a verdade!
Paulo disse que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. A grande vontade de Jesus é que ninguém se perca. O Senhor disse que quando Ele encontra a ovelha perdida fica mais feliz do que com as 99 que não se perderam. Isso nos deve dar vontade de evangelizar! Imaginem a festa que vai haver no céu com as ovelhas perdidas que retornaram ao Senhor. Se você converter apenas duas pessoas, seu marido e seu filho, vai haver uma festa no céu.
Por que eu preciso evangelizar? Porque Deus ama a todos e deu o Sangue por cada um de nós! O amor de Cristo me constrange, me deixa envergonhado, Ele morreu por mim. São Ligório dizia que se existisse somente você, Jesus morreria somente por você. O amor de Cristo é individual, por isso, precisamos dar uma resposta a Ele. Semeie o Evangelho, seja pessoalmente, seja pela internet, ou qualquer outro meio.
A força mais poderosa para se evangelizar é a santidade. Quem é que mudou o mundo? Os santos! E nenhum deles usou a rádio, a internet, a televisão. Eles usaram a Palavra de Deus, evangelizaram com sua santidade. Santa Terezinha do Menino Jesus entrou no convento com 15 anos e morreu com 24; nunca fez palestra para ninguém, só escreveu um livro porque foi obrigada, mas evangelizou porque ela era santa.
A evangelização é importantíssima, mas, antes de cuidar do irmão precisamos cuidar da nossa evangelização, senão começamos a dar contratestemunho e as obras não adiantaram de nada. Nós nascemos predestinados para o céu.
A Igreja é a coluna e o alicerce da verdade, sem ela ninguém se salva. O credo se reza há dois mil anos e por que não muda? Porque o que é verdade não muda. A Igreja não tem dúvida daquilo que é essencial para nossa salvação.
Já tivemos 266 Papas, nunca um Pontífice cancelou um ensinamento da Igreja. Nunca na história dos 21 Concílios se cancelou uma doutrina da Igreja. São Paulo diz que Deus quer que todos se salvem, que cheguem à verdade e é por isso que, hoje, para sermos evangelizadores como o grande apóstolo, precisamos ser fiéis à Igreja.
Mas você pode dizer: “A Igreja errou no passado”. Uma coisa são os erros dos filhos da Igreja, outra coisa é a Igreja, que é santa. Os erros são nossos; houve, sim, Papas pecadores, bispos que erraram, que se tornaram até hereges. A Igreja tem muitos filhos indignos, mas ela é santa, tem muitos santos. A Igreja Católica já canonizou mais de 20 mil santos.
Ninguém ama a Cristo se não ama a Igreja. Muitos casamentos não dão certo porque não teve amor; tem muito amor falso, tem muita gente vivendo apenas um sentimentalismo. Jesus é o modelo de amar e, assim, nos ensinou a amar: “Amais-vos como eu vos amei”. Não existe amor sem cruz, sem renúncia. Não existe amor por alguém se você não disser “não” para você. O dia em que nos amarmos como Cristo nos amou o mundo vai mudar.
Prof. Felipe Aquino
(artigo transcrito de pregação em 25/01/2009)
26 de jan. de 2012
24 de jan. de 2012
São Francisco de Sales - 24/01
Bispo e doutor da Igreja (memória)
''Se erro, prefiro que seja por excesso de bondade que por demasiado rigor." Nessa afirmação está o segredo da simpatia que são Francisco desfrutava entre os seus contemporâneos. Nasceu em 1567 no castelo de Sales (nobre família em Sabóia). A extraordinária mansidão que possuía era fruto de muitos esforços e trabalhos e não algo de inato como tantos podiam pensar. Certa vez disse: "Vocês querem que eu perca num quarto de hora aquele pouco de mansidão que adquiri em vinte anos de lutas?"
Laureou-se em jurisprudência pela universidade de Pádua, decepcionou as pretensões do pai, quando aos 26 anos, abraçou a carreira eclesiástica. Queria pregar o Evangelho entre os calvinistas de Genebra. Os resultados das pregações estavam sendo escassos. Resolveu então imprimir volantes e colocá-los debaixo das portas, nos muros e por toda a parte. Por isso ele tornou-se o patrono dos que se servem da escrita para difundir as verdades reveladas por Deus. Ainda assim não teve muito sucesso.
O duque de Saboia quis ajudá-lo, mas estava por fora dos esquemas do santo, pois era intolerante. Ele preferiu batalhar sozinho com toda a caridade e mansidão. Escreveu dois tratados que lhe deram o título de doutor da Igreja: introdução à vida devota e Tratado do amor de Deus.Este último serviu para muitos hereges voltarem à Igreja.
Aos trinta e dois anos era bispo auxiliar e dois anos mais tarde já era bispo titular de Genebra. Introduziu na diocese as reformas do concílio de Trento. Foi diretor espiritual de S. Vicente de Paulo e de S. Francisca de Chantal (com ela fundou a Ordem da Visitação). Morreu em Lião em 28 de dezembro de 1622. Foi canonizado em 1655. Sua festa é celebrada, conforme o novo calendário, no dia 24 de janeiro, dia em que seu corpo foi levado à sepultura definitiva, em Anecy.
Fonte: Um Santo para cada dia - Mário Sgarbossa e Luigi Giovannini
20 de jan. de 2012
Deputado gay ataca o Papa Bento XVI com informações falsas da Reuters

Seguindo a onda de deturpações da mensagem do Papa Bento XVI ao corpo diplomático junto à Santa Sé, protagonizada pela agência Reuters, o deputado gay do PSOL, Jean Wyllys, escreveu um artigo publicado no Jornal do Brasil afirmando que o Papa “suspeito e acusado de ser simpático ao nazismo disse que o casamento civil igualitário (união homossexual) é uma ameaça à humanidade”. O deputado também chamou o Papa de “genocida em potencial” em sua conta de twitter. Católicos brasileiros estão exigindo a sua retratação através de uma campanha no twitter e uma petição pública.
O deputado Jean Wyllys é conhecido como um dos maiores apoiadores da causa LGBT. Suas posturas são tão radicais que o político chegou a criticar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) que vem militando pela aprovação do projeto de Lei PLC 122, que criminaliza atitudes contrárias ao homossexualismo, afirmando que este “não atendia as necessidades da comunidade gay”.
Nas suas levianas acusações Jean Wyllys ignora que o Papa sempre se opôs ao nazismo e que nunca compareceu às reuniões das juventudes hitlerianas en onde foi inscrito porque o governo nazista exigia a todos. Segundo Volker Dahm, diretor de investigação sobre a era nazista do Instituto de História Contemporânea de Munique “aproximadamente 90 por cento dos jovens na Alemanha formou parte das juventudes hitlerianas. Negar-se a pertencer a elas era condenar-se a ser enviado a um campo de reeducação, algo similar a um campo de concentração”.
A postura da família Ratzinger inteira poderia ter-lhes custado as vidas, fato que Wyllys, supostamente um intelectual, desconhece por completo.
No seu sensacionalismo, o deputado gay parece não só ignorar o conteúdo do discurso papal, mas também o fato que jornalistas de bom senso, como Andrew Brown do Jornal inglês The Guardian (que não tem nenhum vínculo com a Igreja Católica), afirma, após revisar o discurso completo do Papa Bento XVI, que o Santo Padre lembra a necessidade de defender a família fundada no matrimônio entre homem e mulher mas não menciona para nada o "matrimônio gay".
"Sim, o Papa é católico. Mas não disse que o matrimônio gay seja uma ameaça para a humanidade. O Papa Bento XVI disse muitas coisas sobre a ecologia e a economia em seu discurso. Então, para quê inventar outra notícia?", escreveu Brown em seu artigo.
Por sua parte, o bispo auxiliar de Aracajú (SE), Dom Henrique Soares, também rechaçou as deturpações do discurso do Papa como as do deputado Jean Wyllys, ocorridas também em alguns meios de comunicação no Brasil como a revista Veja e denunciou “a sujeira e a má-fé da imprensa de modo geral quando se trata da Igreja e do Papa Bento XVI”.
“Eis, as palavras da Veja, que se considera séria e imparcial: “Endureceu o discurso contra a união homossexual o papa Bento XVI. O pontífice disse para diplomatas de 180 países que o casamento gay é ‘uma ameaça para o futuro da humanidade’”, escreveu Dom Henrique no seu blog.
“Aqui está! Foi assim com o Discurso do Papa em Ratisbona, na passagem em que se referiu a Maomé; foi assim quando falou da “chaga” que é a situação dos casais em segunda união; aqui no Brasil se afirmou que o Papa dissera que os casais em segunda união seriam uma “praga”; foi assim com outras situações sérias, como a atitude do então Cardeal Ratzinger na questão dos pedófilos que estavam no meio do clero emporcalhando o nome de Cristo e da Igreja! Sempre um modo de denegrir, de truncar a verdade para tornar o Papa odioso”, afirmou também o prelado.
“O raciocínio é simples: se tudo é família; nada é família! É o conceito de família de toda a sociedade que fica prejudicado pela imposição de uma minoria que hoje é poderosíssima! Esta é a posição da Igreja, do Papa e de qualquer pessoa de bom senso”, asseverou Dom Soares.
“Minha questão aqui é outra: trata-se da desonestidade da imprensa, que sempre procura, de modo capcioso, deturpar as palavras do Papa para torná-lo antipático e odioso ante a opinião pública. Não me preocupo se o Papa agrada ou não à mídia e aos “papas” da cultura secularizada atual; mas me indigna a sordidez dessa imprensa que se quer passar por isenta e honesta”, conclui Dom Henrique.
O blog Ancoradouro, também criticou um artigo de Wyllys aparecido na revista Carta Capital interpretando de má fé as palavras do Santo Padre incitando o “preconceito contra o Papa”
“Assim foi interpretado (o discurso papal) em uma sentença pelo político: “O amor e a felicidade como ameaças contra a humanidade: foi o que afirmou Bento XVI”.
“(...) Pura falta de interpretação textual, falta gravíssima para um professor, jornalista e escritor como também se apresenta Jean”, denunciou o blog.
“Jean Wyllys que se diz lutar contra o preconceito dissemina através das redes sociais e articulações na imprensa uma série de comentários irresponsáveis e venenosos com o intuito de amealhar revolta contra o Papa Bento XVI, a Igreja Católica e quem ouse discordar da opinião que deseja implantar a cultura gay. Estes logo são rotulados de homofóbicos”, denunciou também o blog Ancoradouro.
Para ver o post completo do Blog Ancoradouro, visite:
http://blog.opovo.com.br/ancoradouro/deputado-incita-preconceito-ao-papa-bento-xvi/
Para assinar a petição pública pedindo a retratação do deputado do PSOL, visite:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=RJW2012
12 de jan. de 2012
O mendigo que confessou ao João Paulo II

Há alguns dias, no programa de televisão da Madre Angélica nos Estados Unidos (EWTN), relataram um episódio pouco conhecido da vida do Papa João Paulo II.
Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York se dispunha a rezar em uma das paróquias de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.
O padre, depois de identificar-se e cumprimentá-lo, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido sua fé e sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é de costume. Ao chegar sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.
Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou a seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, o levou a seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se.
O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu: " uma vez sacerdote, sacerdote para sempre". "Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero", insistiu o mendigo. "Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso", disse o Papa.
O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da mesma, e encarregado da atenção aos mendigos.
Fonte: João Paulo II: Homenagem da ACI Digital
9 de jan. de 2012
Discurso do papa Bento XVI sobre o casamento homossexual
Diante da grande modificação do discurso original do Santo Padre pela mídia, colocaremos aqui apenas o trecho principal em que o Papa fala sobre o casamento homossexual:
" Dentre estes, conta-se em primeiro lugar a família, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher; não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade. O quadro familiar é fundamental no percurso educativo e para o próprio desenvolvimento dos indivíduos e dos Estados; consequentemente, são necessárias políticas que o valorizem e colaborem para a sua coesão social e diálogo."
8 de jan. de 2012
Não existe mais perseguição cristã?
Se você acha que sim, confira só essa notícia:
Berlim (Quinta-feira, 05-01-2012, Gaudium Press) Pela décima vez consecutiva, a Coreia do Norte ocupa a liderança, nada honrosa, de ser o país que mais persegue os cristãos em todo o mundo.
A classificação dos países que mais perseguem os cristãos é anunciada através de um relatório elaborado anualmente pela organização alemã "Open Doors" e que foi divulgado na quarta-feira, 04, na cidade de Kelkheim, no centro da Alemanha.
Segundo informa o relatório da "Open Doors", na Coreia do Norte os cristãos são tratados como inimigos do Estado, e calcula-se que entre 50 e 70 mil cristãos estejam internados em campos de trabalho forçados existentes no país.
Na relação dos "perseguidores de cristão" o Afeganistão ocupa o segundo lugar e é seguido pela Arábia Saudita e pela Somália.
Nos países que vivem a chamada "primavera árabe", o relatório afirma que a situação dos cristãos piorou. É, por exemplo, o caso do Egito: após a saída do presidente Hosni Mubarak, foram registrados vários ataques a igrejas e grupos islâmicos radicais promovem iniciativas de perseguição aos cristãos.
A "Open Doors" calcula que cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem perseguição por causa da fé cristã. Em muitos países, para não serem mortos, são obrigados a viver na clandestinidade.
Fonte: Cleofás
4 de jan. de 2012
O que é Adoração?
Na
bíblia hebraica o ato de adoração exprime-se sobretudo pelo verbo histahawah
(curvar-se; inclinar-se profundamente). No grego correspondente a esse termo,
da versão dos LXX e do Novo Testamento, significa prostrar-se, beijando o chão;
venerar; adorar. Daí o termo proskynésis (oração). Diante do divino, do sagrado e sublime que
ele experimenta como sobre-humano, o homem se prostra: faz-se pequeno e
submete-se. No AT o único objeto da
adoração é Javé (Ex 20, 3.5; Dt 5, 9; Sl 86, 9; 95, 6). Segundo o Novo
Testamento o Pai procura quem o adore em espírito e verdade (Jo 4, 20-24; cf.
Mt 4, 9s; Apoc 4, 10; 7, 11, etc). Mas ao mesmo tempo exige-se adoração para o
Senhor glorificado (Fl 2, 10s; Hb 1,6; Apoc 5, 14; Mt 28, 9.17).
Justiça seja feita. Devemos “dar a Deus o que é de Deus” (Mt 22, 21c). E quando falamos em justiça, não queremos reduzir o termo a conceitos legalistas; falamos da justiça que vem do amor, pois só o amor dá sentido às coisas. “A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Dono de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele prestarás culto’ (Lc 4, 8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6, 13).
Justiça seja feita. Devemos “dar a Deus o que é de Deus” (Mt 22, 21c). E quando falamos em justiça, não queremos reduzir o termo a conceitos legalistas; falamos da justiça que vem do amor, pois só o amor dá sentido às coisas. “A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Dono de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele prestarás culto’ (Lc 4, 8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6, 13).
Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer “o nada da criatura”, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que Seu Nome é Santo. A adoração do Deus Único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo”. (Catecismo da Igreja Católica, 2096).
Quem
adora a Deus O coloca como centro, fundamento e garantia de sua existência, e,
livremente, O adora em espírito e em verdade, na fé e na vida, sem relação
dicotômica entre estas, mas unidas e inseparáveis. O verdadeiro adorador é, não
obstante suas limitações (comuns a todos os homens), ciente de que nada nem
ninguém devem ocupar o lugar que é devido somente a Deus, e esse lugar é o
primeiro e principal, antes de tudo e todos. Por isso o adorador reconhece sua
realidade criatural e não se fecha em si mesmo; isso lhe ajuda a ser humilde
abrindo-se à ação de Deus em sua vida, buscando incessantemente Sua Face
amando-O e amando também o próximo.
“A adoração é a primeira atitude do homem
que se reconhece criatura diante do seu Criador. Exalta a grandeza do Senhor
que nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. É prosternação
do espírito diante do Rei da Glória e o silêncio respeitoso diante do Deus
“sempre maio”, como nos diz Santo Agostinho. A adoração do Deus três vezes
Santo e sumamente Amável nos enche de humildade e dá garantia a nossas
súplicas”. (Catecismo da Igreja
Católica, 2628).
Movidos
pelo Espírito todos nós devemos prestar a Deus um culto de adoração, por aquilo
que Ele é, por Ele mesmo. “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele prestarás
culto” (Mt 4, 10). Para Ele se volta o nosso ser, n’Ele devemos crer e esperar
e a Ele amar. Como cristãos o nosso ato de adoração se dirige a Deus, Uno e
Trino. Adoramos igualmente ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Na profissão
de Fé da Igreja, confessamos no Símbolo Niceno-Constantinopolitano, que
adoramos ao Deus que é Uno e Trino: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a
vida [...] e com o Pai e o Filho é adorado
e glorificado [...]”.

Podemos adorar a Deus na nossa oração (pessoal e comunitária), nas boas obras e pequenos sacrifícios que fazemos e sofremos oferecendo-os a Ele, e sobretudo, por excelência, é o Sacrifício Eucarístico, um ato latrêutico (de adoração) o qual não nos dedicaremos a aprofundar agora. Na Missa oferecemos o culto perfeito de adoração que se dá ao Pai pelo Filho no Espírito, (a Trindade é adorada). Também adoramos Jesus Cristo que está presente real, verdadeira e substancialmente no Santíssimo Sacramento do altar. Por isso a presença do Senhor Sacramentado presente em tantas igrejas no mundo inteiro, nos convida a ir encontrá-lo para adorá-Lo, louvá-Lo e exaltá-Lo; e sem dúvida o Senhor não deixará de derramar sobre nós as Suas bençãos. A ele cantemos, mais também silenciemos e contemplemos, pois as palavras não são suficientes para exprimir essa sublime realidade da presença do Senhor em nosso meio. Mas tudo isso se dá na liberdade e no amor, pois quem muito ama muito dá, ou melhor, se dá; e quem pouco ama, pouco se dá. Amar é "doar-se sem medida”, como nos ensina a maior Santa dos tempos modernos e Doutora da Igreja: Teresinha do Menino Jesus.
Vivendo
no mundo pós-moderno, onde a cultura do ter e do “parecer ser” ocupam o que
deveria ser primordial (Deus) na vida do homem, é preciso resgatar na cultura e
na vida, a partir dos próprios cristãos, aquela atitude de amoroso
reconhecimento e adoração do Deus que é Amor. O homem continua criando para si
muitos deuses, substituindo o lugar único de Deus em sua vida. E quão peculiar é a vida de oração, onde
podemos adorar o Deus verdadeiro e saciar a nossa sede e a d”Ele, pois Santo Agostinho nos diz: “Deus tem sede de
que nós tenhamos sede d’Ele”. Nos ensina também São João da Cruz que ferida de
Amor não se cura senão com amor, e Jesus está ferido de amor por nós e nos espera.
A adoração, como pensam muitos, não nos
tira os pés do chão deixando-nos alienados das ocupações terrenas, ela nos
coloca em contato e intima união com Deus e abre-nos às realidades celestes e
terrenas, levando-nos a amar a Deus e ao próximo como exigência radical da
fidelidade ao Evangelho. Na sua Carta Apostólica Mane nobiscum Domine, somos chamados, pelo saudoso Papa João Paulo
II a recostar a cabeça sobre o peito de Jesus, em atitude amorosa de adoração
eucarística. É um desafio fomentar na vida dos fieis a importância da adoração
eucarística. Como falar disso nos tempos hodiernos? Diante da secularização,
globalização, fragmentação e relativismo, como testemunhar? Reflitamos!
“Quando se fala de Deus, fala-se de um ser
constante, imutável, sempre o mesmo, fiel, perfeitamente justo. Daí decorre que
nós devemos necessariamente aceitar suas palavras e ter nele uma fé e uma
confiança plenas. Ele é Todo-Poderoso, clemente, infinitamente inclinado a
fazer o bem. Quem poderia deixar de pôr nele todas as suas esperanças? E quem
poderia deixar de amá-lo, contemplando os tesouros de bondade e de ternura que
ele derramou sobre nós? Daí esta fórmula que Deus emprega na Sagrada Escritura,
quer no começo, quer no fim de seus preceitos: ‘Eu sou o Senhor’.” (Catecismo Romano, 3,2,4).
Ecoa em nossa
mente e coração o que disse Jesus: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 5, 5).
Prostremo-nos, então diante d’Ele, entreguemo-lhe a nossa vida e demos honra e
glória, louvor e gratidão, e peçamos-lhe que nos dê a sua graça e sua benção
“porque tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória pelos séculos. Amém!”
(Rm 11, 36).
Cláudio Amorim
Seminarista da
Arquidiocese da Paraíba
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