29 de jan. de 2011
27 de jan. de 2011
26 de jan. de 2011
O ano Litúrgico
Fonte: http://www.taufrancisco.com.br/tempoliturgico/
Ano Litúrgico
O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como memorial, os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos. Os dois componentes do Ano Litúrgico são: Tempo e as Cores.
Tempo Litúrgico
Os tempos litúrgicos são as divisões existentes no Ano Litúrgico da Igreja Católica. Estes tempos existem em toda a Igreja Católica, apenas há algumas diferenças entre os vários ritos. Os tempos constantes abaixo são referentes ao rito romano.
Tempo do Advento

O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa da vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida. O tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de Dezembro, desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um tempo de festa, mas de alegria moderada.
Tempo do Natal

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria, mãe de Jesus e do Batismo de Jesus.
Tempo da Quaresma

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa.
Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer ato litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.
Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
Tempo Pascal

A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.
Tempo Comum
Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.
Cores Litúrgicas
Quando vamos à igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão, e até mesmo a estola e a casula usadas pelo sacerdote, combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que, a cada semana que passa, essa cor pode permanecer a mesma ou variar. Se acontecer de no mesmo dia irmos a duas igrejas diferentes, comprovaremos que ambas usam a mesma cor, com exceção, é claro, da igreja que celebra o seu padroeiro. Na verdade, a cor usada um certo dia é válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do dia, indicada pelo calendário, fica estabelecida uma determinada cor.
Estas diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. As cores litúrgicas são seis, como veremos a seguir.
Branco | |
![]() | O branco é usado nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor, bem como nas suas festas e memórias, exceto as da Paixão; nas festas e memórias da Bem-av. Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não Mártires, na festa de Todos os Santos (1 de Novembro), na Natividade de São João Batista (24 de Junho), na feta de São João Evangelista (27 de Dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de Fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de Janeiro). O branco é símbolo da luz, tipificando a inocência e a pureza, a alegria e a glória. |
Vermelho | |
![]() | O vermelho é usado no Domingo de ramos e na Sexta-feira Santa; no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas (com exceção de São João), e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza as línguas de fogo em Pentecostes e o sangue derramado por Cristo e pelos mártires, além de indicar a caridade inflamante. |
Verde | |
![]() | O verde se usa nos Ofícios e Missas do Tempo Comum. Simboliza a cor das plantas e árvores, prenunciando a esperança da vida eterna. |
Roxo | |
![]() | O roxo é usado no tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas pelos mortos. Significa penitência, aflição e melancolia. |
Preto | |
![]() | O preto pode ser usado, onde for o costume, nas Missas pelos mortos. Denota um símbolo de luto, significando a tristeza da morte e a escuridão do sepulcro. Ao contrário do que pensam muitos clérigos e leigos, a cor preta não foi abolida nem pela IGMR(Instrução Geral do Missal Romano) anterior nem pelo atual. Segue sendo uma opção para a missa pelos mortos, onde for costume utilizá-la. No Brasil, contudo, o uso do preto nas celebrações pelos fiéis defuntos foi, na prática, abolido, havendo sido substituído pelo uso do roxo, uso este facultado pela própria IGMR. Isto não constitui óbice, contudo, para que um clérigo venha a utilizar paramentos negros. |
Rosa | |
![]() | O rosa pode ser usado nos domingos Gaudete (III do Advento) e Lætare (IV da Quaresma), ocasiões em que também poderá ser utlizado o roxo. |
23 de jan. de 2011
A Igreja Católica é a Igreja de Cristo?
A Igreja de Cristo deve ter quatro notas.
I. Unidade
a) Cristo instituiu uma só Igreja: “Eu edificarei a minha Igreja” (Mt 16.19); e ela deve conservar-se uma só : “um só rebanho e um só pastor” (Jô 10.16)
E São Paulo explica que “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4.5)
b) A Igreja é una, porque tem um só governo, uma só fé e um só culto.
II. Santidade.
a) Cristo veio ao mundo para santificar os homens. Ele quer que nós nos santifiquemos (Jo 17.19). E para isto isto pregou uma doutrina de santidade e instituiu os meios de santificação ( os sacramentos).
b) Por isso a sua Igreja deve ter santidade, isto é, deve:
Pregar uma doutrina de santidade
Utilizar os seus meios de santificação;
Produzir Santos.
III. Catolicidade.
a) Cristo veio salvar todos os homens: “pregai o Evangelho a todas as criaturas” ( Mc 16.15). em todos os tempos” até a consumação dos séculos” (Mt 28.20)
b) Então a sua Igreja deve ser para todos os homens e para todos os tempos, sem nada mudar dos seus princípios.
IV. Apostolicidade
a) Cristo entregou sua Igreja aos apóstolos confiando-lhes a pregação do Evangelho e o governo espiritual dos homens.
b) Portanto, a Igreja de Cristo tem de ser a mesma que começou com os Apóstolos, conservando a mesma doutrina pregada pelos Apóstolos e com chefes que se prendem aos Apóstolos por uma serie ininterrupta.
Só ela tem as notas da Igreja de Cristo. Só ela é una, santa, católica e apostólica.
Vejamos:
I. Só ela é una. Tem:
- um só chefe universal – o Papa;
– uma só fé: é uma beleza ver a Igreja de S. Pedro em Roma, católicos de todo o mundo rezarem o Credo: todos crêem as mesmas verdades.
- um só culto: Em Roma, na Austrália, ou no congo, acompanho a S. Missa pelo meu missal, como na minha paróquia: e recebo do mesmo modo, os mesmo sacramentos
Observe que, quando se fala da Igreja Católica, apenas se diz: a Igreja : e quando se diz do protestantismo, se diz: as igrejas.
II. Só ela é santa:
- prega doutrina de santidade do Evangelho.
Sempre ensinou que boas obras são necessárias à salvação. Nunca alterou a doutrina de Cristo, embora chamem de atrasada – como no caso do divórcio e das falsas liberdades;
- utiliza de meios de santificação. Tornando-os até obrigatórios (como Missa aos domingos e dias de santos, Comunhão da Pascoa, confissão anual, jejum, abstinência) e aconselhando sua maior freqüência;
- produz Santos.
A Igreja Católica tem uma legião imensa de santos de todas as condições e idades, em todos os tempos e ainda hoje.
Convida seus filhos à santidade nas associações, congregações e ordens religiosas, algumas de grande rigor.
Produz verdadeiros heróis , que cuidam do próximo com uma dedicação desconhecida das outras religiões.
Vivendo em estado de graça, cumprindo os mandamentos de Deus e da Igreja, freqüentando os Sacramentos, praticando as virtudes alcançaremos tambema perfeição.
III. Só ela é Católica:
-está estendida por todo o mundo;
- é a mesma em toda parte;
- procura alcançar todos os homens, mandando missionários aos países mais longínguos e convidando-nos a trabalhar pela conversão dos homens.
IV. Só ela é apostólica.
- conserva a mesma doutrina dos apóstolos;
- seu chefe é o sucessor de S. Pedro
De Pio XII (hoje Bento XVI) a S Pedro é ininterrupta a sério dos papas que governaram a igreja de Cristo .
Fonte: Olhar católico
21 de jan. de 2011
Católico cruzará os EUA correndo para promover a importância da oração
Oceanside, 20 Jan. 11 / 03:20 pm (ACI).- Jeff Grabosky é um leigo católico que neste 20 de janeiro começará uma aventura física e espiritual: Correrá mais de cinco mil quilômetros entre Califórnia e Nova Iorque durante quatro meses para promover a importância da oração.
Grabosky, de 27 anos de idade, assegura que rezará durante todo seu caminho pois apesar das dificuldades que encontrou, quer usar seus talentos para servir a Deus e ajudar aqueles que lhe pediram orações.
O ponto de início de sua corrida pessoal está em Oceanside, Califórnia. Ele tem previsto chegar à sua meta no Smith Point de Long Island, em Nova Iorque, no dia 26 de maio.
Sua missão principal é alentar a oração nos Estados Unidos e no mundo. Ele está recebendo intenções de oração e ofereceu rezar uma dezena do Terço por cada pedido que receba na página jeffrunsamerica.com
Em diálogo com o grupo ACI, Grabosky explicou que sua fé permitiu que ele superasse épocas muito duras de sua vida. Apenas uma semana após a morte de sua mãe devido a um câncer no ano 2006, sua esposa se separou dele.
Jeff assegura que pôde superar esta experiência de abandono depois de passar dois meses vivendo na rua graças ao poder da oração, "a única constante na minha vida, pois sempre pedi a Deus por sua ajuda. As coisas estavam muito difíceis mas eu confiava em que o Senhor me tiraria de lá e que Ele tinha um plano".
Neste caminho, Grabosky enfrentou sérios contratempos como um colapso pulmonar que o levou a estar uma semana inteira em cuidados intensivos. Longe de perder a fé em Deus, Jeff disse que sua fé saiu fortalecida por esta experiência.
Agora Jeff Grabosky quer inspirar outras pessoas e animá-las a buscar os seus sonhos "inclusive se neste mundo se pensa que pode ser impossível".
Nascido em Nova jersey, Grabosky foi corredor desde a infância. Correu em cross country e em pista durante sua época escolar mas não chegou ao atletismo profissional.
Quando no ano 2008 correu sua segunda maratona, teve pela primeira vez a idéia de percorrer os Estados Unidos correndo.
"Pensei que uma corrida por todo o país seria uma experiência impressionante e um desafio incrível, mas o coloquei em um segundo plano por um tempo por cause de tudo o que tinha ocorrido em minha vida", explica Jeff, e considera que os desafios mentais de uma corrida desta envergadura são maiores que os problemas físicos.
"É interessante ver como Deus atua. Comecei pensando que era necessário para terminar esta corrida por mim, mas agora tenho que terminá-la por todos aqueles por quem estou orando", acrescenta.
"Cada vez que me senti perdido na vida, a oração me ajudou a encontrar meu caminho de novo", confessa o católico norte-americano e recorda que "Deus pode nos ajudar a superar algo se confiarmos nele. Às pessoas que estão em momentos difíceis eu digo que esta vida é freqüentemente difícil, mas Deus tem um plano para nós e se o permitimos de coração, Ele pode e vai fazer coisas incríveis com nossas vidas. Se realmente acreditarem isso, não será difícil sorrir e olhar cada dia com uma atitude otimista".
A rota de Grabosky cruzará os estados do Arizona, Novo México, Texas, Oklahoma, Missouri, Illinois, Indiana, Ohio, West Virginia, Pennsylvania, Maryland, Virginia e Pennsylvania. Também chegará a Nova Jersey e Washington, DC.
Grabosky pediu aos que queiram apoiá-lo para que sigam enviando seus pedidos de oração e convidou a todos os que o vejam no percurso a correrem ou caminharem com ele.
Além disso o jovem lançou o pedido de um sofá ou um lugar para passar a noite nos distintos lugares em que estará.
"Não tenho nenhuma dúvida que terei dias brutais, mas acredito nas palavras de Filipenses 4,13: posso fazer todas as coisas em Cristo que me fortalece".
Para mais informação sobre a aventura de Grabosky visite a sua página web:
http://jeffrunsamerica.com/
Fonte: ACI Digital
Pax et Gaudium
18 de jan. de 2011
Esoterismo & Nova Era
Muitas pessoas, querendo fugir do compromisso sério que a fé em Jesus Cristo supõe, acabam caindo no Esoterismo ou na Nova Era (ou nas duas coisas), duas formas de religiosidade inconsistentes que, exatamente por isso, fazem sucesso mundo a fora.
Esotérico vem do grego esoterikós, “o que está dentro”. Essa palavra significa toda doutrina secreta, guardada por uma sociedade e só transmitida aos iniciados. Em todos os tempos houve esse tipo de agremiações. Algumas inspiravam-se no desejo de preservar a pureza de certas concepções que o vulgo “não compreenderia” ou “desfiguraria”; outras eram inspiradas pelo desejo de dominar, pois o detentor do segredos (tecnologias de fundição e trabalho de metais, receitas médicas, ervas medicinais, “revelações” importantes...) gozava de prestígio e garantia muitas vezes uma fonte de receitas.
Nos séculos II e III, a famosa gnose cristã (ou o gnosticismo) foi uma heresia de caráter esotérico. Afirmava possuir doutrinas secretas que Jesus Cristo havia revelado unicamente aos Apóstolos, com a condição de que só as transmitissem aos iniciados. Quem participasse do conhecimento dessas doutrinas, seria privilegiado e estaria seguro de sua salvação. Na verdade, nada há de mais estranho ao cristianismo do que o esoterismo; o próprio Senhor mandou aos Apóstolos: O que vos digo nas trevas, pregai-o na luz; o que ouvis ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os tetos (Mt 10,27). Cristo também ordenou que o Evangelho fosse pregado a toda a criatura (cf. Mc 16,15). No cristianismo, não há “mistérios” reservados a uns poucos privilegiados.
Na Idade Média, houve também sociedades secretas no seio do povo cristão, quer em torno da magia e dos encantamentos, quer da alquimia – que procurava descobrir a “pedra filosofal” e o “elixir da longa vida”. Houve ainda quem cedesse às práticas adivinhatórias, à bruxaria e à feitiçaria. A Igreja condenou esse tipo de ritos, por mais que os respectivos adeptos os quisessem valorizar como se fossem patrimônio recebido de povos antigos, detentores de arcanos importantes para proporcionar felicidade e bem-estar.
No século XVII, apareceram as Fraternidades Rosa-Cruz, que pretendem possuir a sabedoria dos antigos egípcios, transmitida por um certo “Christian Rosenkreutz”, na verdade o pastor luterano alemão Johannes Valentin Andreas (1586-1654), que desmentiu publicamente a veracidade de todos os escritos esotéricos que publicara sob esse pseudônimo. No século seguinte, teve origem a maçonaria moderna, herdeira das corporações de pedreiros da Idade Média, que tinham igualmente os seus segredos profissionais. Os seus primeiros estatutos foram redigidos pelo pastor presbiteriano James Anderson; professavam a existência do Grande Arquiteto do Universo, sem descer a maiores explicitações. No século XIX, a maçonaria se bifurcou em “regular”, detentora dos princípios religiosos da sua origem, e “irregular”, avessa à religião. Mais recentemente, no século XIX, a teosofia apresentou-se como sociedade esotérica, portadora de concepções tiradas dos Vedas, dos Upanishads e do budismo.
NOVA ERA (OU NEW AGE)
O Movimento da Nova Era afirma não ter sua origem em uma pessoa ou um grupo, mas numa “suave conspiração” de inúmeras pessoas, que se sentem sufocadas pelas velhas instituições e pela moral antiquada e, por isso, propõem um “nova espiritualidade” enriquecida com as revelações de seres superiores. Todos os homens estariam convidados a entrar nessa “suave conspiração” para criarem juntos um mundo novo, pacífico e fraterno, como nenhuma outra instituição conseguiu realizar até hoje.
Segundo a astrologia, a “Era do Peixe” teria começado em 21 de março do ano 12 a.C., quando o sol teria entrado no signo zodiacal do Peixe, e em conseqüência teria aparecido o cristianismo, cujo símbolo seria um Peixe; agora, o sol estaria para entrar no signo zodiacal do Aquário, quando começaria uma nova era ou etapa da humanidade, a “era de Aquário”, “Era ecológica” ou “Era solar”. Esse seria o sinal, segundo os autores da Nova Era, de que a religião cristã estaria para ser substituída por uma nova “religião mundial”, síntese das anteriores e promotora de amor, da concórdia e da felicidade. O retorno de Cristo inauguraria essa nova era; já não se trataria, porém, do Cristo do Evangelho, mas de um “Cristo-Avatar” (avatares, segundo o hinduísmo e o budismo, seriam espíritos superiores ou até deuses sob forma humana, enviados de tempos a tempos para instruir os homens), que teria o nome de Maitreya.
A “suave conspiração” teve início na década de setenta, na Califórnia, congregando membros e ex-membros de seitas orientais e dos adeptos da ioga, da meditação transcendental, das “culturas alternativas” hippies, psicodélicas, esotéricas, espíritas, feministas, ecologistas e pacifistas em torno do Instituto Esalen, um instituto de psicoterapia em Big Sur. Não tem estrutura organizativa conhecida, mas apenas alguns “grandes nomes: Shirley Maclaine, Marilyn Ferguson, F. Capra, etc.
Do ponto de vista doutrinal, é uma confusa amálgama de idéias e movimentos diversos. Como características gerais, podemos apontar:
1. O holismo ou a idéia da organicidade do universo. A física clássica de Newton considerava o Universo um imenso mecanismo, uma “máquina”; a Nova Era, em contrapartida, propõem o modelo holístico, segundo o qual o Universo não constaria de partículas em interação, mas de uma grande rede de energias que constituem um todo (holon, em grego), como que um “organismo vivo”. O homem seria parte desse todo, participando da vida orgânica do conjunto; e ser-lhe-ia impossível pôr-se “do lado de fora”, como um observador neutro. Como se vê, a tônica é panteísta.
2. Sincretismo centrado nas religiões orientais. Apesar de se apresentarem muitas vezes como “cristãos”, os adeptos preferem as teses das religiões orientais, uma vez que cristianismo afirma a transcendência de Deus e tem um perfil nítido e um credo definido, não combinando com a “espiritualidade soft” da Nova Era. Os adeptos são estimulados a fazerem experiências “transpessoais” pela música, pela dança e pelas artes, pela meditação transcendental, pelo zen ou até pelas drogas, segundo as quais o “eu” se dilataria a ponto de sentir-se uma coisa só com a energia cósmica e ser capaz de entrar em contacto com os mortos e os seres extraterrestres. Tais experiências podem ser estimuladas pelo uso de drogas e pelo incentivo direto do cérebro.
3. Esoterismo gnóstico. Combinando as experiência dos xamãs indígenas com o misticismo oriental, a Nova Era dá grande importância ao channeling (“canalismo”), técnica recebida do espiritismo em que o médium “canaliza” as mensagens vindas não tanto dos espíritos dos defuntos, mas sim de quaisquer “entidades superiores”, como os “extraterrestres”, os “espíritos”, “Cristo”, as “fadas”, o “inconsciente coletivo”. As revelações feitas por essas entidades é que conduziriam o “iniciado” à “salvação”, à “penetração nas esferas superiores”.
4. Terapêuticas não convencionais, “holísticas”, como a homeopatia e a acupuntura.
5. Otimismo universal. A expectativa de uma Nova Era de paz, fartura e felicidade prestes a inaugurar-se corresponde à velha heresia do milenarismo, apregoada também por algumas correntes cristãs dos nossos dias (como o Adventismo).
Como avaliação, é preciso dizer que a mensagem da Nova Era é, de ponta a ponta, contrária à mensagem cristã. Nega a transcendência de Deus, a distinção entre espírito e matéria, a existência do pecado, a divindade de Jesus Cristo, Deus feito homem... Cai no relativismo religioso, fazendo da religião uma atitude sentimental e cega, e não a adesão à verdade. É, como já dizia Machado de Assis dos espíritas do seu tempo, uma “fábrica de loucos”.
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Fontes principais:
Estêvão Bettencourt, Religiões, Igrejas e seitas, Lumen Christi, Rio de Janeiro, 1997
Manuel Guerra Gomez, Los nuevos movimientos religiosos, EUNSA, Pamplona, 1993.
Fonte na web: Quadrante
Pax et Gaudium!
Esotérico vem do grego esoterikós, “o que está dentro”. Essa palavra significa toda doutrina secreta, guardada por uma sociedade e só transmitida aos iniciados. Em todos os tempos houve esse tipo de agremiações. Algumas inspiravam-se no desejo de preservar a pureza de certas concepções que o vulgo “não compreenderia” ou “desfiguraria”; outras eram inspiradas pelo desejo de dominar, pois o detentor do segredos (tecnologias de fundição e trabalho de metais, receitas médicas, ervas medicinais, “revelações” importantes...) gozava de prestígio e garantia muitas vezes uma fonte de receitas.
Nos séculos II e III, a famosa gnose cristã (ou o gnosticismo) foi uma heresia de caráter esotérico. Afirmava possuir doutrinas secretas que Jesus Cristo havia revelado unicamente aos Apóstolos, com a condição de que só as transmitissem aos iniciados. Quem participasse do conhecimento dessas doutrinas, seria privilegiado e estaria seguro de sua salvação. Na verdade, nada há de mais estranho ao cristianismo do que o esoterismo; o próprio Senhor mandou aos Apóstolos: O que vos digo nas trevas, pregai-o na luz; o que ouvis ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os tetos (Mt 10,27). Cristo também ordenou que o Evangelho fosse pregado a toda a criatura (cf. Mc 16,15). No cristianismo, não há “mistérios” reservados a uns poucos privilegiados.
Na Idade Média, houve também sociedades secretas no seio do povo cristão, quer em torno da magia e dos encantamentos, quer da alquimia – que procurava descobrir a “pedra filosofal” e o “elixir da longa vida”. Houve ainda quem cedesse às práticas adivinhatórias, à bruxaria e à feitiçaria. A Igreja condenou esse tipo de ritos, por mais que os respectivos adeptos os quisessem valorizar como se fossem patrimônio recebido de povos antigos, detentores de arcanos importantes para proporcionar felicidade e bem-estar.
No século XVII, apareceram as Fraternidades Rosa-Cruz, que pretendem possuir a sabedoria dos antigos egípcios, transmitida por um certo “Christian Rosenkreutz”, na verdade o pastor luterano alemão Johannes Valentin Andreas (1586-1654), que desmentiu publicamente a veracidade de todos os escritos esotéricos que publicara sob esse pseudônimo. No século seguinte, teve origem a maçonaria moderna, herdeira das corporações de pedreiros da Idade Média, que tinham igualmente os seus segredos profissionais. Os seus primeiros estatutos foram redigidos pelo pastor presbiteriano James Anderson; professavam a existência do Grande Arquiteto do Universo, sem descer a maiores explicitações. No século XIX, a maçonaria se bifurcou em “regular”, detentora dos princípios religiosos da sua origem, e “irregular”, avessa à religião. Mais recentemente, no século XIX, a teosofia apresentou-se como sociedade esotérica, portadora de concepções tiradas dos Vedas, dos Upanishads e do budismo.
NOVA ERA (OU NEW AGE)
O Movimento da Nova Era afirma não ter sua origem em uma pessoa ou um grupo, mas numa “suave conspiração” de inúmeras pessoas, que se sentem sufocadas pelas velhas instituições e pela moral antiquada e, por isso, propõem um “nova espiritualidade” enriquecida com as revelações de seres superiores. Todos os homens estariam convidados a entrar nessa “suave conspiração” para criarem juntos um mundo novo, pacífico e fraterno, como nenhuma outra instituição conseguiu realizar até hoje.
Segundo a astrologia, a “Era do Peixe” teria começado em 21 de março do ano 12 a.C., quando o sol teria entrado no signo zodiacal do Peixe, e em conseqüência teria aparecido o cristianismo, cujo símbolo seria um Peixe; agora, o sol estaria para entrar no signo zodiacal do Aquário, quando começaria uma nova era ou etapa da humanidade, a “era de Aquário”, “Era ecológica” ou “Era solar”. Esse seria o sinal, segundo os autores da Nova Era, de que a religião cristã estaria para ser substituída por uma nova “religião mundial”, síntese das anteriores e promotora de amor, da concórdia e da felicidade. O retorno de Cristo inauguraria essa nova era; já não se trataria, porém, do Cristo do Evangelho, mas de um “Cristo-Avatar” (avatares, segundo o hinduísmo e o budismo, seriam espíritos superiores ou até deuses sob forma humana, enviados de tempos a tempos para instruir os homens), que teria o nome de Maitreya.
A “suave conspiração” teve início na década de setenta, na Califórnia, congregando membros e ex-membros de seitas orientais e dos adeptos da ioga, da meditação transcendental, das “culturas alternativas” hippies, psicodélicas, esotéricas, espíritas, feministas, ecologistas e pacifistas em torno do Instituto Esalen, um instituto de psicoterapia em Big Sur. Não tem estrutura organizativa conhecida, mas apenas alguns “grandes nomes: Shirley Maclaine, Marilyn Ferguson, F. Capra, etc.
Do ponto de vista doutrinal, é uma confusa amálgama de idéias e movimentos diversos. Como características gerais, podemos apontar:
1. O holismo ou a idéia da organicidade do universo. A física clássica de Newton considerava o Universo um imenso mecanismo, uma “máquina”; a Nova Era, em contrapartida, propõem o modelo holístico, segundo o qual o Universo não constaria de partículas em interação, mas de uma grande rede de energias que constituem um todo (holon, em grego), como que um “organismo vivo”. O homem seria parte desse todo, participando da vida orgânica do conjunto; e ser-lhe-ia impossível pôr-se “do lado de fora”, como um observador neutro. Como se vê, a tônica é panteísta.
2. Sincretismo centrado nas religiões orientais. Apesar de se apresentarem muitas vezes como “cristãos”, os adeptos preferem as teses das religiões orientais, uma vez que cristianismo afirma a transcendência de Deus e tem um perfil nítido e um credo definido, não combinando com a “espiritualidade soft” da Nova Era. Os adeptos são estimulados a fazerem experiências “transpessoais” pela música, pela dança e pelas artes, pela meditação transcendental, pelo zen ou até pelas drogas, segundo as quais o “eu” se dilataria a ponto de sentir-se uma coisa só com a energia cósmica e ser capaz de entrar em contacto com os mortos e os seres extraterrestres. Tais experiências podem ser estimuladas pelo uso de drogas e pelo incentivo direto do cérebro.
3. Esoterismo gnóstico. Combinando as experiência dos xamãs indígenas com o misticismo oriental, a Nova Era dá grande importância ao channeling (“canalismo”), técnica recebida do espiritismo em que o médium “canaliza” as mensagens vindas não tanto dos espíritos dos defuntos, mas sim de quaisquer “entidades superiores”, como os “extraterrestres”, os “espíritos”, “Cristo”, as “fadas”, o “inconsciente coletivo”. As revelações feitas por essas entidades é que conduziriam o “iniciado” à “salvação”, à “penetração nas esferas superiores”.
4. Terapêuticas não convencionais, “holísticas”, como a homeopatia e a acupuntura.
5. Otimismo universal. A expectativa de uma Nova Era de paz, fartura e felicidade prestes a inaugurar-se corresponde à velha heresia do milenarismo, apregoada também por algumas correntes cristãs dos nossos dias (como o Adventismo).
Como avaliação, é preciso dizer que a mensagem da Nova Era é, de ponta a ponta, contrária à mensagem cristã. Nega a transcendência de Deus, a distinção entre espírito e matéria, a existência do pecado, a divindade de Jesus Cristo, Deus feito homem... Cai no relativismo religioso, fazendo da religião uma atitude sentimental e cega, e não a adesão à verdade. É, como já dizia Machado de Assis dos espíritas do seu tempo, uma “fábrica de loucos”.
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Fontes principais:
Estêvão Bettencourt, Religiões, Igrejas e seitas, Lumen Christi, Rio de Janeiro, 1997
Manuel Guerra Gomez, Los nuevos movimientos religiosos, EUNSA, Pamplona, 1993.
Fonte na web: Quadrante
Pax et Gaudium!
16 de jan. de 2011
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