16 de nov. de 2011

Deus chama todos à oração

Amados, nós do Santos ou Nada queremos anunciar com muito amor e alegria que ganhamos mais um colaborador e membro: Cláudio Amorim, seminarista da Arquidiocese da Paraíba.
Deus seja louvado por esse Sim que hoje ele dá, não para nós, mas para Deus. Que a Virgem do Silêncio possa guiar cada palavra e pensamento que será transcorrido por ele, a cada post nesse blog.
E, como não podia ser diferente, para bem marcar essa estréia, tá aqui um belíssimo texto de sua autoria:




Deus chama todos à oração


A última parte do Catecismo da Igreja Católica é dedicada à oração cristã. A oração deveria ser – como a respiração, como as batidas do coração – uma coisa normal, co –natural, na vida de cada ser humano. De fato, a primeira reação da criatura humana quando descobre a seu criador – como sucede com o pai e a mãe para o recém nascido – é chamar-lhe, falar-lhe, comunicar-se com Ele, trata-lo. E isto é a oração: falar com Deus, a quem reconhecemos como nosso Senhor, a quem devemos tudo o que temos e somos e a quem, portanto, devemos mostrar reverência e agradecimento, ao mesmo tempo em que expomos a Ele as nossas necessidades e lhe pedimos perdão se não temos correspondido a Seu amor providente e misericordioso. Alguém já disse que “nunca o homem é tão grande como quando está de joelhos”, significando que orar é uma obrigação para a criatura, ao mesmo tempo em que nos eleva à dignidade de podermos dialogar com Deus, o Criador do universo e a fonte de todo bem.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. O que é a oração

A oração é algo tão grande que corremos o risco de rebuscar uma definição solene e surpreendente. O velho catecismo diz, com toda a simplicidade, que “orar é falar com Deus”. E, de fato, se uma pessoa põe-se a falar com Deus – com palavras ou sem palavras – movida pela fé, a humildade e a confiança, está fazendo oração. São João Damasceno diz que é “a elevação da alma a Deus”. Santa Teresa de Jesus explica que a oração é “Tratar de amizade com Deus, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama”. Fiquemos, pois, com esta idéia: orar é falar com Deus; ou, se preferir, “um diálogo com Deus, um diálogo de confiança e de amor”, como ensina o Papa João Paulo II, com o fim de adora-Lo, dar-Lhe graças, implorar o perdão e pedir o que precisamos. Falar com Deus, que é o Criador e Senhor nosso, da mesma maneira que falamos com as pessoas que amamos.

2. A oração é essencial para o ser humano

A oração é o resultado do conhecimento e reconhecimento de Deus, Criador, e do conhecimento e reconhecimento da criatura. O conhecimento de Deus se adquire – ainda que seja de forma confusa – à medida que se vão desenvolvendo os conhecimentos, pois necessariamente o ser humano percebe que depende dos outros. Não é ele quem deu a si mesmo a vida, mas a recebeu de alguém; e outro tanto acontece com tudo o que necessita. Por pouco que os pais e educadores colaborem, a criança descobre a Deus com facilidade. Por isso, as crianças rezam tão bem; os que não rezam ou rezam mal são os mais velhos, que se tornam egoístas e orgulhosos e pedem razões a Deus. E da mesma forma que fala com os pais e os chama, e pede-lhes o que precisa, e os beija e abraça, assim, sentem a necessidade de manifestar o mesmo amor, carinho e confiança para com Deus; e como a Deus não podem vê-Lo, estas expressões todas se convertem em oração. Por outra parte, e em correlação a isso, ao conhecer-se a si mesmo, a criatura humana sabe de sua limitação e de suas necessidades, e abre-se a Deus em oração, para que Ele nos ajude a resolvê-las.

3. A oração no Antigo Testamento

O Antigo Testamento apresenta o exemplo dos grandes patriarcas, que foram homens de oração: Abraão, Jacó, Moisés, Davi e os profetas; falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato, assim o é. Os Salmos são uma obra mestra de oração dos homens do Antigo Testamento e continuam a ser uma peça fundamental da oração da Igreja. Aí colocaram suas necessidades e sua esperança, que olhava sobre tudo para a vinda do Salvador, tão anelada e suplicada.

4. A oração de Jesus

O Verbo encarnado, Filho único de Deus, faz seus discípulos entrarem na intimidade do Pai com o Espírito Santo, sendo modelo perfeito de oração. Ele ensina a tratar a Deus com o exemplo e com a pedagogia de uma instrução precisa: “Pai nosso...”.
a) Jesus ora. O Evangelho conta com freqüência que Jesus se entregava à oração, e às vezes na solidão, em segredo. Na oração de Jesus transparecia a identificação com a vontade do Pai até a cruz e a absoluta segurança de ser escutado.
b) Jesus ensina a orar. Jesus ensinou seus discípulos a orar: Pai nosso; para reza-lo bem faz falta ter um coração limpo, uma fé viva e perseverante e audácia filial. O cristão ora como filho de Deus e reforça suas petições com a intercessão de Cristo, em cujo nome as apresenta ao Pai.
c) Jesus atende a oração. Mesmo que, muitas vezes, Jesus tomasse a iniciativa e se adiantava às necessidades, os milagres do Evangelho respondem, em numerosas ocasiões, à petição das pessoas que dele se aproximavam. Jesus escutava e atendia aquela oração.

5. A oração da Igreja

Ao longo dos anos, o cristão vai-se convencendo de que o importante é orar, e com esta experiência sabe, se não aprendeu antes,  que a Igreja vive em oração, que existe para orar. Assim pode-se compreender melhor a importância da oração – a inestimável ajuda das almas que rezam – e a necessidade de que cada um intensifique o trato com Deus. Por outra parte, é o Espírito Santo aquele que suscita nos cristãos a vida de oração, tão rica e variada: oração de adoração, de benção, de louvor, de petição, de intercessão, de ação de graças, de súplica pelo perdão, segundo os sentimentos que marcam a alma quando fala com Deus. O Espírito Santo é o mestre da oração cristã.

6. A oração de Nossa Senhora

Para descobrir e percorrer a senda da oração que agrada a Deus, a Virgem Maria vai a nossa frente, e nos ajuda a seguir por um caminho seguro. Ela meditava os acontecimentos em seu coração, diz São Lucas, em contínuo diálogo interior com Deus; Ela nos ensinou a orar com aquele Fiat (faça-se) fundamental e com o magnificat (seu hino de humildade e reconhecimento); Ela nos introduz no trato com Jesus, como em Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5); Ela inaugurou a oração da Igreja após a partida de seu Filho ao céu, reunida com os Apóstolos no Cenáculo, quando “perseveravam unânimes na oração com algumas mulheres, com Maria, a Mãe de Jesus” (Atos 1,14). Devemos ter como exemplo de oração a Ela, nossa Mãe.

7. Propósitos de vida cristã
  • Ter sempre muita vontade de melhorar nossa vida de oração, e lutar para isso.
  • Reservar sempre uns minutos no dia para falar com Deus, particularmente ao despertar e ao terminar o dia.


APRENDER A FAZER ORAÇÃO

Senhor, ensina-nos a rezar” (Lucas 11,1), disseram um dia os Apóstolos a Jesus. E Jesus lhes ensinou o Pai Nosso. A nós acontece a mesma coisa, e muitas vezes sentimos a vontade de dizer a Jesus: Ensina-me a orar!; e isto acontece porque é preciso aprender a rezar. Normalmente, o cristão aprende a rezar com a família, que é a “Igreja doméstica”; desde muito pequenos, aos filhos são ensinadas as primeiras orações com as quais se dirigem a Deus, a Jesus, à Santíssima Virgem, aos anjos e aos santos. São orações simples e que se entranham na vida e na mente, e que são conservadas e transmitidas de pais para filhos. Esta realidade vivida em família, vive-se também particularmente na Igreja, que é “comunidade de oração”; se vivemos como bons filhos, esta boa mãe que é a Igreja nos ensinará a fazer oração e nos ajudará para que consigamos ser almas de oração.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. As fontes principais da oração

A voz que Deus quer ouvir é a nossa voz, a de cada um de seus filhos e filhas, saída de dentro do coração que ora; mas quer também reconhecer nela o timbre de sua própria palavra. Por isso dizemos que a fonte principal da oração é a Palavra de Deus. Na Sagrada Escritura, é Deus quem nos fala – Cristo nos fala – e nos ensina a orar. Aquele que lê a Sagrada Escritura aprende a orar. Também a Liturgia da Igreja, que anuncia, atualiza e comunica o mistério da salvação é oração. Agora, é a Igreja que nos ensina a rezar, e ora em nós e conosco. As virtudes teologais: fé, esperança e caridade, que se referem diretamente a Deus e nos comunicam com Deus quando vividas, tornam-se oração em nós...
Finalmente, os acontecimentos de cada dia: o trabalho, a vida de família, a amizade, o descanso..., são fontes de oração, ocasião de encontro com Cristo porque, como confessa São Josemaria Escrivá, “o tema de minha oração é o tema da minha vida”.

2. A quem se dirige a oração

A oração litúrgica ou oração pública da Igreja dirige-se normalmente a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, o Filho, na unidade do Espírito Santo. A Trindade, portanto, na identidade de natureza e distinção das pessoas, é o término da oração da Igreja. A referência a Deus Pai é clara, posto que – como princípio sem princípio – é a fonte de toda graça e de todo bem. A mediação única de Jesus Cristo, por sua Santíssima Humanidade nós a aprendemos de sua própria missão e das palavras de São Paulo. E a intervenção do Espírito Santo vem demonstrada pelo fato de dizer-nos que “o mesmo Espírito vem em ajuda de nossa fraqueza, porque nós não sabemos pedir o que nos convém; mas o mesmo Espírito advoga por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8,26). Desta forma, a oração da Igreja serve como orientação para a oração pessoal, para que aconteça por este sulco verdadeiro da comunicação com Deus uno e trino; quer dizer que, a oração do cristão se dirige a Deus Pai por meio de Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Vai dirigida a Deus e só a Deus. Mas, dada a nossa condição humana – e Deus assim o quer porque participou a bondade da causalidade a suas criaturas – , para chegar a Deus mais facilmente interpôs-nos os anjos e os santos – e de modo singular a Mãe de Deus e São José – para que apresentem nossas necessidades ante Deus. Contando sempre com que são mediadores secundários, que nos ajudam ir a Deus.

3. Rezar em comunhão com a Santa Mãe de Deus

Desde o episódio de Cana: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5), a Virgem atua sempre da mesma forma, levando-nos a Jesus. Por isso, ainda que a mediação de Cristo seja única – Ele é o Mediador - , Deus quis associar Nossa Senhora a si, a sua obra redentora de um modo muito estreito. Como conseqüência, rezamos a Deus e oramos a Cristo, mas Maria é também – por seu exemplo e por sua atuação – um caminho seguro de oração. O canto de Nossa Senhora, no Evangelho de São Lucas, é um modelo de oração – desde a humildade – para agradecer as maravilhas que Deus nela operou; e nós, com Ela, louvamos a Deus. Além de rezar com Maria, acudimos a Ela para confiar-lhe nossas súplicas e louvores, sendo verdade que podemos orar com Maria e a Maria. Também nisto anda junto com seu Filho, e a silhueta da Virgem ajusta-se à de Cristo, de quem comenta Santo Agostinho: “Pede por nós, como nosso sacerdote; ora em nós como que se fosse nossa cabeça; a Ele dirigimos nossas súplicas, como a nosso Deus”.

4. A Ave Maria, a melhor oração à Virgem

Por ser Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem intercede continuamente perante seu Filho, Jesus Cristo, por cada um de nós. Por isso acudimos a Ela com filial confiança, e podemos fazê-lo de muitas maneiras, ainda que a melhor forma seja a de rezar a Ave Maria, que recorda a saudação do Arcanjo, ao anunciar-lhe o mistério da Encarnação: “Ave, Maria, tu és cheia de graça, o Senhor está contigo”, junto com o louvor de Isabel: “Bendita és tu entre todas as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre” (Lucas 1, 28; 42). A Igreja completou estes louvores com a oração: “Santa Maria, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”. Mesmo sabendo que o centro da clemência está no sacratíssimo e misericordioso Coração de Jesus e no dulcíssimo Coração de Maria, muitas vezes recorremos à intercessão dos anjos e dos santos, que já contemplam e louvam a Deus e tem o encargo providencial de cuidar de nós enquanto peregrinamos para o céu. E como a Ave Maria é tão bonita – foi composta por Deus – e pensamos que nossa Mãe está presente em tudo, também aos anjos e santos os invocamos com a Ave Maria e o Pai Nosso.

5. A escola da piedade

A família cristã é a escola natural para educar os filhos na oração; mas a piedade se vê favorecida e completada pela pedagogia do sacerdote, das religiosas, dos catequistas, na catequese, nos grupos de oração e na direção espiritual.

6. Onde fazer oração

Podemos falar com Deus sempre e em todo lugar, porque Ele vê tudo, ouve tudo e está em todas as partes; sem dúvida, o lugar mais apropriado para orar é a Igreja, onde Deus está presente de maneira singular. No sacrário está Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com seu corpo, sangue, alma e divindade; o mesmo que nasceu em Belém, viveu em Nazaré e morreu na cruz. Além disso, lá é celebrada a Santa Missa, que é a oração mais sublime e eficaz, porque é a oração de Cristo e da Igreja inteira unida a Ele, que é nossa Cabeça. Temos de amar muito a Santa Missa, e participar dela sempre que possível, porque é o momento no qual Cristo se oferece em adoração e ação de graças infinita, expiando os pecados e pedindo pelas necessidades de toda a humanidade.

7. Propósitos de vida cristã
  • Meditar a Ave Maria para compreender melhor o que se reza
  • Viver bem os detalhes de carinho e respeito quando se está na Igreja: uso da água benta, genuflexão perante o sacrário, inclinação de cabeça ante o Crucifixo e a imagem da Virgem, silêncio, modo de vestir-se, etc....